Ok, ok, meu título é bem tendencioso sim, eu apesar de ter um Xbox 360 sou uma dor de cotovelo ambulante quando o assunto é exclusividades. Se tirar Forza do console da microsoft, eu passaria a usá-lo de encosto para porta (se bem que não tenho porta ruim aqui em casa, enfim), um exagero para enfatizar a minha frustração com os exclusivos do console. Halo e Gears não fazem o meu gênero, não por serem games de tiro genéricos, mas por serem games de ação muito genéricos (além de eu não gostar de sci-fi, aliens e derivados).
Até aqui foi só gosto pessoal mesmo, mas vamos ser sinceros, são... o que? 10 exclusivos do PS3 para cada 2 no 360? Isso dói poxa.
A minha invejinha passou ao começar a jogar esse magnífico game de corrida que é Forza Horizon, eu chego a lamentar quem não tem a chance de experimentá-lo por ser exclusivo pois esse game é o que Need for speed tem deixado a desejar em praticamente uma década, além do Horizon não deixar o fã de simulação na mão (à menos que este seja purista).
Antes de mais nada, imagino que aqui nesse fórum não tenhamos grandes fãs do automobilismo. Mas relaxem, eu tambem não sou e também nunca fui louco por games de carros... pelo menos até conhecer Forza 4 que foi o primeiro game do gênero a me arrancar suspiros.
Não joguei o primeiro e o segundo Forza, joguei o terceiro e com ele pouco me importei, até lançarem o 4º e me virar a cabeça. Não foi pelo meu carinho pelo 4º jogo que eu me empolguei com Horizon, eu sequer criei expectativas com o novo game, mas conforme o game foi se revelando através de videos de trailer e E3, foi ganhando a minha atenção.
Desde o anúncio o game trazia uma proposta diferente da franquia, tirar os carros dos famosos circuitos autódromos vistos na franquia e colocar todos num grande festival realizado nos desertos do Colorado-USA. Vindo também num formato open-world, o jogador pode selecionar as corridas de acordo com as restrições como classe do carro, tração e pulseira de acesso do festival. Essa ultima sendo nada mais que uma nova perspectiva de etapa, onde as eliminatórias são representadas por pulseiras amarelas e, após vence-las, uma pulseira verde lhe é dada para competir na nova etapa do jogo, mas ainda permitindo acesso as corridas passadas. A sacada da pulseira é muito interessante, fazendo você não esquecer de que esta no meio de um festival pois até durante a visão em primeira pessoa do motorista nos deixa a pulseira a mostra no braço dele.
(fala se não é o relógio mais fofo que você ja viu)
O jogo se passar em um festival as vezes me passa a impressão que estou no meio de uma competição mais para me divertir do que qualquer outra coisa. Dane-se o dinheiro, dane-se o troféu, aumenta o volume pois a musica arrebenta e acelera essa máquina.
Essa coisa do festival é inclusive o único aspecto que me agradou no mais mal sucedido need for speed que foi o Pro Street. Aquela festança me empolgava e quase me fazia gostar do tal need. É até engraçado o festival Horizon servir para prestigiar os carros e as corridas, pois o Forza 4 era justamente sobre isso, o que justificaria a ausência de "licenses" e taças/troféus do 4.
O jogo funciona basicamente como qualquer game de corrida e, antes que você pense "duh", o interessante é poder editar as configurações e encaixa-las aos seus costumes. Jogadores de Need vão no apenas acelerar, eu jogo com transmissão manual com embreagem mas dispenso o adversário em dificuldade insano, um hard tá de bom tamanho. Ah sim, também faço questão de sumir com aquelas setas verdes que te indicam quando você deve frear, eu não temo cometer erros e tentar de novo até aperfeiçoar. Vou continuar errando muitas vezes por não conhecer a pista, mas as vezes já até acerto por costume, que mais parece instinto, de tanto confiar na própria intuição.
O jogo até possui um "enredo", sendo que aqui uso aspas para questionar se é de fato enredo propriamente dito. Bem, você controla um motorista que não diz absolutamente nada, diferente de need este aqui possui um rosto e expressões faciais (seria interessante edita-lo, mas vamos esquecer que ele existe durante as corridas mesmo) e as cutscenes são com diálogos bem vívidos e alguns até interessante. A parte questionável nesse enredo é que, apesar dele existir, é basicamente "vai la meu filho e vença!", pois a parte interessante mesmo foi ver que você precisou correr contra um bando de gente pra conseguir as ultimas vagas do festival, num ato de ultima hora e seja o que deus quiser. Outras reviews vão dizer que a história é péssima, é chata, é ruim, pode até ser mas eu discordo, ela é simples e escassa! E é isso que ela tem de ser. Nada que desvie o nosso foco do game, o real motivo por estarmos ali, os carros e o ambiente por onde vamos pilotar. O enredo é um belo bonus, daria pra dizer que "é melhor do que não ter", eu pelo menos gosto da ideia de ele estar ali e eu não precisar mexer se não quiser.
Temos também dublagem oficial em português Brasil. Eu sou chato! Sou chato mesmo! Tem game por ae que eu joguei dublado e achei a dublagem um verdadeiro chiqueiro, me obrigando a voltar ao inglês do jogo. Não foi o caso de Horizon, a dublagem é decente e me atrevo a elogiá-la bastante, dando gosto de jogar dublado e dispensando o som original. Como nada é perfeito, os radares da estrada são chamados de "armadilhas de velocidade" (speedtraps levados ao pé da letra), fora isso da pra dar um 9/10 para a dublagem.
E eu até pensei em continuar essa humilde resenha elogiando ainda mais esse game que se eu soubesse que era tão bom, não tinha tido outros games como prioridade e o teria comprado junto ao lançamento. É digno, é muito bom, vale à pena demais pra quem tem o 360 e vou até parar de escrever pra voltar a jogar. he he he he
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O melhor: Difícil escolher, mas aponto o cenário de festival nas estradas desérticas perfeito para prestigiar o catálogo de belíssimos carros do jogo
O pior: Open-World humilde. Poderia ser maior, poderia ser bem maior!
Nota final: Foda-se a nota final.